quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Assassinato da lingua portuguesa, um crime que não tem pena, mas deveria ter!


       A Flexibilidade da língua escrita diante dos seus preceitos formais se dá, em maior grau, em função da popularização da Internet. Hoje em dia escrevemos muito mais que antes, blogs, Messenger, redes sociais, etc. Passamos cotidianamente a nos comunicar pelo meio escrito com mais freqüência e com isso trouxemos a flexibilidade da comunicação falada popular, mais descompromissada e que outrora era usada exclusivamente na fala, para a comunicação escrita. A verdade é que basta percorrer algumas paginas de redes sociais para ver que a escrita está cada vez mais perto da fala, os vícios, neologismos, gírias, abreviações inexistentes e pequenos erros que eram tolerados na comunicação falada no ambiente íntimo e privado, estão agora contaminando a linguagem escrita.

    Para nós o idioma não tem a mesma carga cultural que tem para os Portugueses, falantes originais da língua, para o povo brasileiro a língua é um mero instrumento de comunicação que serve exclusivamente para passar uma mensagem, seja de que forma for. Em Portugal a preocupação em se preservar o idioma, em falar com clareza e respeitando as normas cultas é muito mais acentuada em todas as classes sociais.

     A idéia  de defender que a fala e a escrita devem ocorrer sob os auspícios da norma culta gera polêmica. Sempre haverá alguma discussão entre diversos representantes de algumas correntes que circulam pelo Brasil, os lingüistas apregoam que o importante é se comunicar, que até mesmo os erros têm valor sob o aspecto cultural; do outro lado os gramáticos, tradicionalistas que zelam e cuidam dos princípios basilares que sustentam nosso idioma valorizam a normatização. A grande verdade é que no Brasil funciona mais ou menos assim: Se estou me preparando para algum exame, um concurso público, uma vaga para emprego, ou se vou prestar vestibular, então me preocupo com a norma culta, na Internet, mandando um e-mail, me comunicando com amigos e vizinhos, pouco importa. Esse é mais ou menos o cenário, é o que pensa a maioria dos falantes do português, sobretudo os jovens.

     A língua portuguesa é cheia de regras, de normas absurdas, para que tanta regra sem sentido? Temos de decorar esse monte de coisas, etc. Quem nunca escutou esse tipo de comentário? Principalmente entre os jovens? Ocorre meus nobres, que desde que o homem saiu da caverna, que adquiriu um pouco de inteligência (se é que adquiriu) e passou a se organizar em sociedade, ele criou e cria regras, existem regras para as relações comerciais, profissionais, leis, decretos, códigos de ética profissional. Para quem gosta de futebol, pergunto - o futebol também não tem regras? O Tênis o Judô a natação o vôlei e o basquete ou qualquer outro esporte? Dentro da sua casa também não existem regras? No seu trabalho, no seu clube, na sua academia de ginástica, no seu bairro, em tudo isso não há regras? Tudo não está normatizado e regulado? Então porque criticam as regras da língua portuguesa? Ninguém quer infringir as normas do Código Penal para não ir para a cadeia, mas todos querem infringir as normas do Português.

    Popularmente se diz que um dos idiomas mais difíceis de aprender é o chinês; Ora, vá à china e verá crianças de 3 ou 4 anos falando chinês. Então se uma criança dessa idade consegue falar um idioma tão difícil porque é que aqui no Brasil agente insiste um falar e agora em escrever errado? Porque o MEC adota um livro para o ensino nas escolas defendendo que o idioma chulo também é válido? Será que o MEC não acredita no potencial dos brasileiros em aprender as regras do português?

      Se algum professor de português se der ao trabalho de analisar meu texto, certamente poderá encontrar algum deslize semântico ou gramatical, ou vários, ao menos estou me esforçando para cumprir com minha obrigação, o que precisamos é deixar de sermos medíocres e parar com tantas alegações cretinas (que diga-se de passagem, nós brasileiros gostamos muito de fazer) e passar a entender que tudo gira em torno de regras, inclusive a Língua Portuguesa.