sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dotô e Doutor


Nosso pais é mesmo singular, dentre tantas peculiaridades, é o único lugar do mundo em que um título acadêmico é usado como pronome de tratamento.
Sou a favor de se criar uma nova palavra, a palavra DOTÔ, para ser empregada como pronome de tratamento para os médicos e advogados que insistem em ser chamados assim. E deixar o verdadeiro Doutor, para os que de fato possuem tal titulação.
A alegação mais patética são as dos senhores advogados que evocando uma Lei imperial e se auto-intitulam doutores, afirmando que a referida lei que lhes conferia esse título, não fora formalmente revogada, e consequentemente se encontra em vigor!! Ora senhores advogados, Antes da Lei 11.106/05 que alterou dispositivos no Código Penal, o crime de adultério também era previsto no Artigo 240 , e mesmo estando em vigor, nenhum juiz em sã consciência condenaria alguém por adultério, a lei ficou ultrapassada, obsoleta e vejam que estamos falando de uma norma da década de 40; Imagine quão ultrapassada está esta Lei imperial. Para matar e enterrar esse assunto, ainda existe jurisprudência, uma decisão de um juiz no Rio de Janeiro negou o pleito de um outro juiz que exigia ser chamado de Doutor pelos funcionários do seu condomínio.
Em contraponto a isso, os psicólogos, por exemplo, têm em seu código de ética a expressa recomendação de que não se utilizem e nem permitam ser chamados por doutor, uma demonstração de evolução e bom senho.
Nos EUA os médicos são chamados de "Doctor". Lá o nome da profissão é esse, mas nos crachás e jalecos se usa a denominação M.D fulano de tal (medical degree) - ou grau médico. Mas aqui no brasil qualquer clínico geral sem nenhuma especialização quer ser chamado de Doutor.
Por isso que defendo a criação do pronome Dotô, para aqueles que de alguma forma querem se sentir superiores, impor suas condições aos mais simples e humildes e massagear seus egos.
Dotô para os que necessitam de auto afirmação e Doutor para os que de fato possuem esse honroso título.