terça-feira, 4 de setembro de 2012

Concurso público para político?? Eu topo!!




Nesta época de campanha eleitoral o assunto se torna bem pertinente, vejamos. No Brasil se você quiser ser gari, terá de ter no mínimo o ensino médio completo para participar do concurso público. Por outro lado, se você pretende ter um cargo político eletivo, precisará somente assinar o seu nome, ou seja, semi-alfabetizado é o pré requisito, ou até mesmo sendo um analfabeto funcional já dá para você ser um representante do povo.
O problema principal desse sistema democrático falido que vivemos é: você terá a titularidade do seu mandato, mas quem vai exercê-lo de fato é o seu assessor, ou assessores, o que é mais provável,  ora, se um candidato precisa de um assessor para guiá-lo no seu mandato  seria melhor que tivéssemos elegido o próprio assessor; assim economizaríamos dinheiro público.
Sempre fui um defensor ferrenho da exigência de qualificações mínimas para o exercício de mandatos eletivos, para que o candidato seja um bom vereador, prefeito, deputado, governador ou qualquer cargo político de quaisquer dos poderes é preciso que tenha condições para fazê-lo. Poderíamos ter uma emenda constitucional no sentido de ampliar as possibilidades de inelegibilidade, ser analfabeto é uma delas, porque não adotar a necessidade de uma aprovação em um concurso público para poder se candidatar? O postulante prestaria o referido concurso antes de se candidatar, sua aprovação seria uma condicionante para poder se alistar como candidato. Ah mas isso fere o processo democrático, alguém poderia dizer – Respondo – Melhor ferir supostamente o processo democrático que ferir os cofres públicos e a imagem do país como tantos políticos despreparados fazem, quando não só despreparados, ainda são corruptos.
As matérias básicas do concurso, a título de exemplo, poderiam ser:
Língua portuguesa
Direito Constitucional
Direito Eleitoral
Direito Administrativo
Noções de Direito Penal
Técnica Legislativa
Língua estrangeira (inglês ou espanhol)
Como segunda etapa, poderíamos ter uma prova discursiva (redação) ou uma sustentação oral de algum tema sorteado dentro do conteúdo programático do concurso.

                Seria a solução para o Brasil? Creio sinceramente que não, mas seria um grande passo rumo à reconstrução da imagem da classe política do nosso país. Um homem de bem, íntegro, capacitado tem vergonha de ser político no Brasil, isso é um fato. A ação pelo menos resgataria um pouco de moralidade e, o mais importante, traria competência e eficiência para a classe política que sem dúvida precisa muito, diga-se de passagem, a eficiência e a moralidade são  princípios da Administração pública previstos na constituição federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), o que faz com que o argumento seja mais fortalecido ainda.
                O que não dá é continuar como está...continuar sendo mais difícil ser gari que ser político.