quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Vivemos uma democracia ou uma mediocracia?


Há mais de dois mil anos a democracia, que teve como nascedouro a Grécia antiga, fascina o homem; é admitida como o sistema ideal, sobretudo diante dos avanços verificados na humanidade. Não se admite, no mundo moderno, nenhum governo cujas bases não estejam assentadas sobre a democracia. A democracia é a máxima expressão da liberdade.
Sob a ótica política, em nosso país, a democracia garante o sistema de governo presidencialista e forma de governo republicana, nossa democracia é a indireta; ou seja, o povo, detentor do poder, elege representantes em mandatos políticos , que por sua vez agirão em nome desse mesmo povo, o poder é outorgado pelo povo aos seus representantes. Do outro lado temos a democracia direta, onde o povo exerce o poder democrático de forma direta. A democracia direta não é verificada em sua plenitude no mundo, é exercida de forma excepcional em alguns países, inclusive no Brasil (no referendo ou plebiscito, por exemplo, onde o povo, de forma direta referenda alguma decisão ou decide sobre a aplicação de outras.
O grande problema da democracia (aqui me refiro à democracia brasileira) é formado por alguns fatores, a saber:
1 – Parafraseando a máxima do filme O Homem Aranha “grandes poderes pressupõem grandes responsabilidades”. O povo, detentor legal do poder, via de regra, não tem formação política suficiente para exercer tal poder, simplesmente delega, sem verificar as condições morais, intelectuais, preparo do seu representante. A massa brasileira é inculta e medíocre, se isso não bastasse ainda sofre grande manipulação dos poderosos meios de comunicação e dos mesmos políticos que colocou no poder.
2 – Se não bastasse a falta de critério para escolher seus representantes, também não os fiscaliza depois de eleitos, não participa do processo, não entende, não interage e não cobra. O papel democrático do brasileiro se resume em ir às urnas  em época eleitoral, no primeiro domingo de outubro, depois disso assiste de camarote aos escândalos de corrupção que destroem o pais como se nada tivesse a ver com isso.
3 – Os políticos, via de regra, perderam a percepção de que o poder emana do povo, não se sentem nem se imaginam representantes daqueles que o elegeram, esperam do povo apenas o voto, a partir daí, seguem defendendo os seus próprios interesses, muitos dos quais escusos, e outros contrários aos interesses dos seus representados.
4 – Como não tem condição intelectual de avaliar o melhor representante para si, ciente do poder que tem nas mãos no momento da eleição, barganha seu poder, barganha sua consciência, troca seu voto por comida, bens insignificantes ou promessas fantasiosas e, já sendo idiotizado; idiotiza-se mais ainda no momento que demonstra sua incapacidade para escolher aqueles agirão em seu nome.
A questão é velha, a questão é batida; mas é oportuna já que estamos em período eleitoral, o povo não tem educação política, se não a tem é porque o governo  não dá, e se não dá, é porque essa educação contraria os interesses de manipulação de quem está no poder, daí se estabelece o círculo vicioso. Povo esclarecido é povo livre e povo livre não mantém essa classe política podre que está no poder.
Se ao governo não interessa dar esclarecimento ao povo, o povo tem de sair desse círculo por seus próprios meios; isso é possível, vivemos num mundo globalizado, na era da informação, tudo circula em velocidade alucinante pelos meios de comunicação – pela Internet. O brasileiro precisa despertar, se conscientizar e buscar por seus próprios meios a libertação, vencer o comodismo, a mediocridade, sua natureza indolente para poder exercer de FATO seu poder. Só assim teremos um país melhor. Do contrário a história se repetirá ad infinitum . O povo não é vítima dos que estão no poder, o povo é vítima de si mesmo, vítima da sua própria ignorância e desinformação. Não precisamos de mediocracia, isto é, de poder emanado e exercido por medíocres, precisamos da verdadeira democracia.