sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Polícia prendendo Polícia

A operação policial mais badalada, divulgada e comentada em nosso pais, a que acabou com “a ditadura do tráfico no complexo do alemão”, como afirmou o secretário Beltrame, não foi exitosa porque só acabou com o tráfico no Alemão, mas exitosa porque acabou com a corrupção na polícia carioca, se não acabou, ao menos avança para minimizar consideravelmente a crise moral enfrentada peles polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro prendendo e desmascarando os principais articuladores dos esquemas mais escabrosos de venda de drogas, armas e criação de milícias do Estado.

A Operação Guilhotina da Polícia Federal (essa sim graças a Deus existe e é a única polícia que merece a credibilidade do povo brasileiro) foi mais eficiente em cortar cabeças no Rio de Janeiro do que a máquina, que deu nome a operação, cortou cabeças na Revolução Francesa, a guilhotina brasileira não atingiu o número de quinze mil cabeças, como supostamente a francesa atingiu, mas foram cabeças bem grandes, cabeças malignas, voltadas para a prática do crime, cabeças ocupantes de grandes e importantes cargos no sistema de segurança.

Para os criminosos travestidos de polícia, que são numerosos, mas minoria, a invasão do alemão tornou-se uma importante oportunidade, com duas vias; a primeira de autopromoção, já que a imprensa dava cobertura total e irrestrita à operação; quem não viu a figura do inspetor “trovão” com sua imponente roupa camuflada e seu charuto gigante soltando mais fumaça que um trem, e o subsecretário Carlos Antônio Luiz Oliveira, dando entrevistas verborrágicas e demagógicas; a segunda via era arrecadar mais armas e drogas para posterior revenda, para as mesmas ou outras facções criminosas prosseguirem com seus negócios, já que a atividade do tráfico também é economicamente interessante para uma parte da polícia. Ou será que foi com o salário de delegado que o Carlos Antônio Luiz Oliveira comprou seu apartamento de mais de um milhão de reais na barra da Tijuca? Onde há fumaça há fogo e, onde há fumaça também está lá o inspetor “trovão” fazendo seu negócio sujo e criminoso.

Enquanto isso a população fica com cara de trouxa aplaudindo a mega-operação onde as apreensões servirão para reforçar os estoques dos vagabundos corruptos criminosos infiltrados na polícia. Até quem supostamente é honesto, se beneficia de forma secundária com essa situação imoral, não se espantem se logo logo o Secretário de Segurança Beltrame se lançar como pré candidato a presidência da República em 2014!!!!

Até o presente momento, merecedora de nossos aplausos é a Polícia Federal, tento ou não (com certeza tem) interesses políticos por trás, ao menos começa a desbaratar e guilhotinar essa corja imunda do poder!! VIVA A PF (até agora!!)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os nossos representantes


"Ao menos 59 dos 513 deputados federais que tomam posse nesta terça-feira (1º/02/2011) chegam à Câmara na condição de réus em ações penais, ou seja, respondem a processos nos quais são acusados de crimes em 61 tribunais, entre eles o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).Juntos, os 59 deputados do levantamento deste ano respondem a pelo menos 92 processos – em alguns casos, o deputado é acusado pelo Ministério Público por mais de um crime. A maioria das acusações se refere à administração pública, como crime contra a Lei de Licitações, peculato (quando o funcionário público se apropria de bens ou valores públicos) e corrupção. Há ainda casos de crime contra o sistema financeiro, crimes eleitorais e até crimes contra a pessoa, como homicídio e lesão corporal."
Fonte: G1.
No que pese existir em nosso ordenamento jurídico o princípio da presunção de inocência, ou seja, de que ninguém será considerado culpado até a decisão da sentença trasitado em julgado, pelo menos esses 59 deputados têm contra si fortes inícios de prática de crimes. E para representar o povo no processo democrático, a questão vai muito além de ser culpado ou não de qualquer crime, para o representante do povo não pode pesar contra si, nem mesmo a suspeita, o indício de cometimento de crimes. A nossa classe política tem que ser honesta e translúcida como o cristal. Um candidato que responde processo criminal já carrega em si a mácula, a nódoa que o incompatibiliza para o cargo público. Além disso, agora com foro privilegiado seus processos "subirão" para o STF e sabe la Deus quando serão julgados....se é que serão julgados!!!
Um simples mortal, que pretende ocupar um cargo através de concurso público, passa, em algumas funções, por uma rigorosa investigação social, onde um simples título protestado lhe tira a esperança de ocupar a vaga, um processo criminal então, nem pensar para as carreiras policiais. Mas para a nossa classe política tudo é válido e além de tomar posse ainda têm foro privilegiado, o que não deixa de ser um certo benefício......vai tentar entender essa nossa democracia!!!!