Quando eu era
um estudante universitário quase toda a bibliografia do curso, ao menos as
principais e mais notórias eram escritas por professores da USP – Universidade de
São Paulo. Apesar deles sempre terem
sido corporativistas ao extremo, execrando quaisquer outros professores de fora
da USP que divergissem de suas idéias, ainda sim eles eram, e ainda são,
referência no país. Eu daria tudo para assistir uma aula com Sérgio de
Iudicibus, Eliseu Martins, dentre outros.
Além do corpo
docente de destaque a USP sempre saiu na frente em pesquisas, desenvolvimento
tecnológico em estrutura; só para constar, a USP possui 42 bibliotecas
espalhadas pelos diversos campi, mais de 7 milhões de livros sendo assim um dos
principais acervos bibliotecários do Brasil, possui museus de arte contemporânea,
ciências, zoologia, etc. A USP é uma das maiores universidades, quiçá a maior
da América Latina. Muitos, assim como eu, sonhavam e sonham em estudar na USP,
seja em graduação, pós-graduação, doutorado, seminários, etc.
A tristeza vem
quando, além de vivermos num país onde a educação é falida, ainda temos o
desprazer de ver a USP, nosso único referencial de educação no país virar
motivo de chacota e descrédito. Nisso não podemos culpar o governo, justiça
seja feita! Há investimentos, há professores e há estruturas, o que falta
então? Faltam discentes descentes (desculpem o trocadilho) faltam alunos com
mentalidade. A USP está consolidando sua fama de “covil de maconheiros” e isso
é lamentável.
Desde o
episódio ocorrido há pouco tempo, onde a Polícia Militar encontrou alunos
portando maconha e resolveu, além de instalar um posto dentro do campus,
realizar rondas periódicas que a crise se estabeleceu. Rebeliões, invasões,
destruição; essa tem sido a tônica dos noticiários quando o nome da USP é
citado. A Universidade que ostenta em seu brasão os dizeres em Latim Scientia Vincis (algo como a ciência
vencerá) parece que, forçada por bandidos travestidos de alunos, ou
pseudo-revolucionários, terá de mudar sua frase do brasão para algo como Cannabis Vincis.Cobramos tanto do governo
que invista em educação e em cultura, mas quando isso ocorre percebemos que o
povo não têm mentalidade para isso. A prova disso são os cartazes da ultima
rebelião com erros crassos de português. A verdade é que a USP não está
servindo de fato ao povo, está servindo a uma parcela da elite que tem dinheiro
para pagar cursinhos para serem adestrados a passar em um difícil vestibular.
Garotinhos
mimados que têm carros, moram em coberturas, se alimentam bem, e apesar de
receberem tudo o que precisam, têm uma péssima educação doméstica. Via de regra,
os pais para compensam a ausência de educação, comprando um carro novo para
seus pupilos, como se isso fosse formar caráter de alguém. Ainda por cima
reforçam a mesada para que seus mini-revolucionários comprem bastante maconha
para ficarem “doidões” e organizarem rebeliões
na universidade! Estou generalizando? Não! Estou falando da situação
sistemática da USP, o que estiver fora disso é exceção! Esses mesmos pais,
educadores omissos, são os mesmos que choram na delegacia quando seus “meninos”
são presos, são os mesmos que acham que seus “chincheirinhos” são vítimas da
opressão e do abuso de autoridade da PM.
Para ser muito
sincero mesmo, acho que há muita tolerância com vagabundos nesse pais, o preço
que a democracia cobra as vezes parece ser muito alto, muita liberdade para
quem não tem direito de exercê-la. O consumo de drogas, no que pese, não ter
mais pena restritiva de liberdade no Brasil, ainda é crime, sou abertamente,
completamente a favor da presença maciça e ostensiva da PM na USP, prendendo e
baixando o cacete nos baderneiros. Ou moralizamos a USP ou a USP vai
desmoralizar o Brasil (mais do que já está).
Um comentário:
Gosto desta frase: O caráter é superior ao intelecto!
Talvez esta complemente a sua postagem, ora pois incomoda para muitos porém verdadeira realidade.
Anônimo? Não!
Cordialmente,
Daiane NS / São Paulo-SP
Postar um comentário